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Mercosul e União Europeia: acordo está próximo, mas deve depender de Milei

O acerto entre o Mercosul e a União Europeia nunca esteve tão perto de ser fechado, com os ajustes solicitados pelo Brasil. Há inclusive a expectativa de que o acordo possa ser concluído no dia 7 de dezembro, antes da posse de Javier Milei no comando da Argentina, e na reta final do Brasil na presidência do Mercosul.

Na segunda-feira (20), por sinal, o presidente Lula conversou sobre o tema com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen. Nesta terça (21), na transmissão “Conversa com o Presidente”, Lula disse que as duas partes vão discutir pontos sensíveis e que aguarda uma resposta na COP-28, no início de dezembro, em Dubai.

Segundo assessores de Lula envolvidos nas negociações, o governo argentino atual está disposto a fechar o acordo e gostaria de ficar com o mérito de ter participado do processo final para a formalização do entendimento entre União Europeia e Mercosul.

O problema, destacam os assessores do presidente brasileiro, é que Javier Milei, depois de tomar posse em dezembro, pode tentar romper o acordo.

Durante a campanha, Javier Milei fez críticas ao Mercosul, insinuou que poderia sair do grupo, mas amenizou seu discurso e passou a defender aperfeiçoamentos no bloco.

Por isso, o atual governo avalia que o melhor caminho seria ouvir a opinião de Milei. Os empresários argentinos querem o fechamento do acordo e não acreditam que o novo presidente venha a ameaçar o entendimento.

Lula quer concluir o acerto também durante a presidência do Brasil à frente do Mercosul. Mas já deixou claro que não aceitará imposições dos europeus na temática ambiental.

Para ele, o Brasil já se comprometeu com as metas ambientais e irá cumpri-las. Por isso, não concorda que o acordo com a União Europeia traga novos condicionantes na área.

Relação Lula-Milei
Em relação a Milei, que não fez até agora nenhum aceno de boa vontade em conversar, nem com o Brasil e muito menos com Lula, assessores do petista avaliam que ele estaria sinalizando que não tem interesse em ter um bom relacionamento com o presidente brasileiro.

Só que esses assessores lembram que a Argentina depende muito mais do Brasil do que o Brasil depende da Argentina. Quem tem mais a perder e está em uma situação grave é o país vizinho. Não o contrário.

Por isso, a diplomacia dos dois lados está conversando, mas não sabe ainda exatamente o que o novo presidente da Argentina vai fazer. Tanto que, por enquanto, a decisão de Lula é não comparecer à posse de Milei. Ele tende a indicar Geraldo Alckmin, o vice, como seu representante.

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