Fake news sobre aporte da Berkshire Hathaway custa US$ 5 milhões ao IRB
Thomas Edison, Henry Ford e Bill Gates. Todos em uma única pessoa. Em 2008, foi com essa definição que Charlie Munger, sócio e braço direito de Warren Buffett, convenceu o bilionário americano a investir na BYD, fabricante chinesa de carros elétricos.
Para Munger, Wang Chuanfu, CEO da BYD, reunia as capacidades desses nomes e a empresa tinha todas as condições de assumir a dianteira na corrida da eletrificação na indústria automotiva. O que fez com que a Berkshire Hathaway, gestora fundada por Buffett, embarcasse nessa aposta.
Catorze anos depois desse investimento, a BYD se consolidou como a principal rival da Tesla, do também bilionário Elon Musk, no setor. E quem lucrou alto com a posição da empresa nessa disputa foi justamente a Berskhire Hathaway.
Desde meados de julho deste ano, a gestora vendeu 8% dos papéis que detinha na empresa chinesa. E, em menos de dois meses, arrecadou cerca de US$ 600 milhões, quase 35 vezes o valor investido por esse mesmo volume, em 2008, segundo o portal americano Business Insider.
Em 2008, a Berkshire Hathaway investiu USS 232 milhões para adquirir 225 milhões de ações da BYD e pagou cerca de US$ 1 por cada papel. E agora, já vendeu 18 milhões de ações a um preço médio ponderado de US$ 35, com base na faixa de negociação do ativo nas últimas semanas.
O temor de que Buffett e a gestora sigam se desfazendo dessa participação ou de que até eliminem sua posição no papel fez com que a ação da BYD acumule uma queda de 30% em sua cotação desde 11 julho. A participação remanescente da Berkshire está avaliada em cerca de US$ 5,7 bilhões.
Enquanto essa dúvida paira no ar, a BYD vai deixando claro que pode se manter no topo da disputa com a Tesla. Foi o que aconteceu no primeiro semestre deste ano, quando a companhia superou a fabricante americana em vendas.
Entre janeiro e junho, a BYD assumiu a liderança global do segmento ao reportar a venda de 641 mil automóveis, um crescimento de 300% sobre igual período em 2021. Nesse mesmo intervalo, a Tesla comercializou 564 mil veículos.
A companhia liderada por Elon Musk atribuiu parte dos números abaixo da rival à falta de peças e às interrupções das vendas na China, por conta da política de lockdowns no país. Outras empresas do setor, como Li Auto, Xpeng e Nio também foram tiveram suas vendas prejudicadas nesse contexto.
A BYD, por sua vez, contornou esse problema pelo fato de boa parte de suas instalações estarem em regiões que não sofreram restrições tão severas. A empresa está avaliada em 697,9 bilhões de yuans (cerca de US$ 110 bilhões) e suas ações fecharam o pregão desta segunda-feira em queda de 4,7%.