Brincar é coisa séria: como jogos desenvolvem competências socioemocionais
O ato de brincar tem papel fundamental no desenvolvimento de crianças e adolescentes, indo muito além do entretenimento. De acordo com o Dr. Paulo Henrique Silva Maia, fundador e CEO da Case Consultoria e Assessoria, os jogos, especialmente os que envolvem interação social, cooperação e resolução de problemas, são poderosos instrumentos de construção das competências socioemocionais. Essas habilidades, essenciais para a vida em sociedade, também influenciam diretamente o desempenho escolar, o equilíbrio emocional e a capacidade de liderança desde a infância.
Por que jogos desenvolvem competências socioemocionais?
Brincar estimula o cérebro de forma integrada, ativando áreas ligadas à linguagem, ao raciocínio lógico, à empatia e ao controle emocional, explica o Dr. Paulo Henrique Silva Maia. Quando as crianças estão envolvidas em atividades lúdicas, exercitam a capacidade de lidar com frustrações, esperas, desafios e conquistas, experiências que moldam a inteligência emocional e social.
É por meio da ludicidade que as crianças aprendem a conviver com o outro, a respeitar regras e a identificar emoções, tanto as próprias quanto as alheias. Essa aprendizagem é mais eficaz quando ocorre de maneira natural, em um ambiente acolhedor e mediado por educadores atentos às potencialidades de cada criança.
Competências socioemocionais estimuladas pelo brincar
As competências socioemocionais envolvem um conjunto de habilidades como autoconhecimento, empatia, responsabilidade, colaboração e tomada de decisões. Todas essas dimensões podem ser trabalhadas através de jogos estruturados ou espontâneos, especialmente quando há intencionalidade educativa por parte dos adultos envolvidos.
Jogos de tabuleiro, por exemplo, promovem o pensamento estratégico, a tolerância à frustração e o respeito ao turno de fala. Já as brincadeiras de faz de conta fortalecem a criatividade, a empatia e a expressão de sentimentos. Conforme explica o Dr. Paulo Henrique Silva Maia, a escolha dos jogos deve considerar a faixa etária e os objetivos pedagógicos, mas sempre preservando o espaço para a espontaneidade e o prazer de brincar.

Paulo Henrique Silva Maia
O papel da escola e da família na valorização do brincar
Para que o brincar seja realmente uma ferramenta de desenvolvimento socioemocional, é necessário que ele esteja inserido na rotina de forma estruturada e valorizada. As escolas têm papel essencial ao incluir atividades lúdicas no currículo, promovendo jogos cooperativos, oficinas de criação e momentos de livre exploração, sempre com acompanhamento de profissionais capacitados.
De acordo com o Dr. Paulo Henrique Silva Maia, a família também deve reconhecer o valor das brincadeiras no cotidiano. Estimular o tempo livre sem telas, participar de jogos em grupo e criar espaços seguros para o brincar são atitudes que fortalecem vínculos afetivos e promovem o amadurecimento emocional das crianças. O envolvimento dos pais como agentes do brincar fortalece a aprendizagem e amplia o alcance dos benefícios socioemocionais.
Brincar também é aprendizado na formação docente
A qualificação adequada de professores e cuidadores é ideal para o uso eficiente dos jogos como recurso pedagógico. A formação docente precisa incluir conteúdos sobre desenvolvimento infantil, ludopedagogia e práticas socioemocionais. Segundo o Dr. Paulo Henrique Silva Maia, a formação continuada de educadores deve contemplar metodologias ativas, práticas lúdicas e estratégias de observação sensível, promovendo ambientes de aprendizagem mais humanos e respeitosos. Ao compreender o valor do brincar, os professores passam a ver os jogos como instrumentos intencionais de ensino e não apenas como momentos de recreação.
Jogos e competências para a vida toda
Até adolescentes e adultos podem se beneficiar de atividades lúdicas que incentivam o trabalho em equipe, a resiliência e a empatia. Empresas e organizações têm incorporado dinâmicas e jogos em treinamentos justamente por entenderem seu impacto positivo no comportamento dos colaboradores. Conforme destaca o Dr. Paulo Henrique Silva Maia, cultivar essas competências desde os primeiros anos forma indivíduos mais preparados para lidar com desafios, relacionar-se com o outro e construir trajetórias pessoais e profissionais equilibradas.
Brincar como estratégia de desenvolvimento humano
Investir em brincadeiras como ferramenta de desenvolvimento socioemocional é uma atitude estratégica e necessária para promover uma educação integral. O jogo passa a ser parte de uma pedagogia transformadora, que respeita o tempo da criança e potencializa suas habilidades. O Dr. Paulo Henrique Silva Maia ressalta que brincar é um direito e uma necessidade. Quando compreendido em sua totalidade, o ato de brincar contribui para a formação de cidadãos mais saudáveis emocionalmente, cooperativos e preparados para os desafios da vida moderna.
Autor: Schubert Sabin